Phylloscopus bonelli

Descrição

A área de distribuição desta felosa abrange sobretudo o nordeste transmontano, a Beira Alta e uma parte do litoral sul, que inclui a maior parte do Ribatejo a sul do Tejo, a Estremadura transtagana e parte do Alentejo (principalmente nas bacias do Tejo e do Sado). Ocorre ainda, em números mais reduzidos, nas terras altas minhotas. Por outro lado, está praticamente ausente da maior parte do litoral norte e centro, assim como da bacia hidrográfica do Guadiana. Trata-se de uma ave estritamente florestal, que apresenta uma forte dependência de zonas densamente povoadas com quercíneas. Na metade norte do país, ocorre sobretudo em carvalhais com sub-bosque, especialmente de carvalho-negral, podendo também ser observada em pequenas plantações de resinosas, matas ribeirinhas ou vidoais. No sul, habita montados e sobreirais com algum sub-bosque, ocorrendo também em locais dominados por carvalho-negral (no nordeste alentejano) e em povoamentos mistos de sobreiro e pinheiro-manso (nomeadamente na bacia do Sado) e, por vezes, em pequenos pinhais maduros, também com estrato arbustivo. Evita os pinhais extensos ou muito jovens, bem como os montados limpos ou demasiado abertos.

É possível identificar duas regiões principais onde esta felosa é mais abundante: as terras altas do terço norte do país, particularmente em Trás-os-Montes e Alto Douro e na Beira Alta, e a região formada pelo Baixo Tejo e pelo Baixo Sado.

Por comparação com o atlas anterior, verificou-se uma possível expansão no sul. No entanto, alguns dos registos dispersos de nidificação possível, efectuados em locais sem habitat favorável, poderão dizer respeito a aves em passagem migratória, em especial nessa região do país.

Gonçalo Elias