Passer montanus

Descrição

Esta espécie distribui-se de norte a sul do país. No norte e na Beira Interior, habita áreas agrícolas, associadas a pequenos bosques de folhosas ou a olivais velhos e, frequentemente, pode ser visto em aldeias. No sul, parece evitar os aglomerados populacionais e aprecia locais mais arborizados, como montados de sobro e pomares; evita as grandes manchas florestais e prefere bosquetes de menor dimensão, geralmente na proximidade de explorações agrícolas; ocorre com frequência em locais com hortas e também em arrozais entrecortados por valas com vegetação palustre (por exemplo, na bacia do Sado). Nidifica principalmente em cavidades de árvores, como sejam sobreiros, castanheiros ou oliveiras, ou em buracos de edifícios.

É geralmente pouco comum, mas a sua abundância varia marcadamente de umas regiões para outras. É claramente mais escasso a sul do rio Tejo, estando mesmo ausente de algumas regiões mais áridas. As zonas de maior abundância situam-se a norte do rio Douro. As suas vocalizações são bastante discretas, o que contribui para dificultar a sua detecção, particularmente nas regiões onde é menos numeroso

Por comparação com o atlas anterior, regista-se uma diminuição considerável, com o desaparecimento da espécie de quase metade das quadrículas onde ocorria anteriormente. Regista-se uma rarefação importante no sul do território, nomeadamente no Algarve e no Baixo Alentejo. Adicionalmente, mesmo a norte do Tejo verificam-se agora mais falhas e descontinuidades na sua distribuição, com maior expressão na metade interior.

Gonçalo Elias