Estrilda astrild

Descrição

O bico-de-lacre é uma espécie exótica que foi introduzida pela primeira vez em Portugal nos anos 1960 na região de Lisboa. Esta espécie granívora distribui-se de norte a sul do território continental sobretudo associada a meios agrícolas abertos com vegetação herbácea onde nidifica e se alimenta, frequentemente perto de massas de água. Evita altitudes acima dos 800 m, provavelmente devido às baixas temperaturas e à escassez de habitat, encontrando-se maioritariamente ausente nas serras do interior norte e centro do país. No arquipélago dos Açores, esta ave pode ser encontrada nas ilhas de São Miguel e Terceira. No arquipélago da Madeira, está restrita à ilha da Madeira, estando apenas presente na região do Funchal e da ponta de São Lourenço.

Os padrões de abundância do bico-de-lacre coincidem em larga medida com as áreas de habitat favorável. A espécie é comum na maior parte da sua área de distribuição no território português apresentando núcleos de maior abundância no vale do rio Tejo, no centro, ria de Aveiro, a norte, vale do Sado e albufeira do Alqueva, no Alentejo, e rio Arade no Algarve.

Relativamente ao atlas anterior, verifica-se a expansão da sua área de distribuição, o que sugere que a sua distribuição ainda não está em equilíbrio. Esta expansão é mais evidente no interior norte, centro e sul do território continental, na ilha Terceira (ocupando agora toda a ilha) e na região sul da Ilha de São Miguel, ambas no arquipélago dos Açores.

Joana Santana e Luís Reino