Cyanopica cooki

Descrição

O charneco ocorre exclusivamente no continente, na zona de influência mediterrânica, onde frequenta uma ampla variedade de habitats com algum coberto arbóreo. A principal área de nidificação estende-se, quase ininterruptamente, desde a fronteira até à costa ocidental pelos distritos de Setúbal, Beja, Évora e Faro. Ocupa de forma contínua as zonas raianas a norte do Tejo, atingindo o limite setentrional da sua distribuição no concelho de Bragança. Está ausente de vastas áreas nos distritos de Portalegre e de Santarém, apesar de aí existirem abundantes manchas de habitat, aparentemente, adequado. A sua deteção na cidade do Porto resulta da presença de uma ave (de origem incerta) num parque urbano.

É mais abundante nas zonas raianas do interior norte, no Baixo Alentejo e no Algarve. Em contraste, é menos abundante na metade norte do distrito de Bragança, na maior parte do Alto Alentejo e na transição entre a Estremadura e o Ribatejo.

A comparação com o anterior atlas revela uma marcada expansão, superior a 32%, no número de quadrículas com evidências de nidificação. Esta expansão geográfica parece dar-se desde as zonas mais interiores e meridionais em direção a norte e, também, ao litoral oeste. A expansão é particularmente marcada nos distritos de Portalegre e Bragança, continuando a tendência identificada por Canário (2008). A área de nidificação do charneco: i) inclui agora o distrito de Vila Real; ii) estende-se para o litoral no sudoeste do distrito de Lisboa; e iii) engloba a quase totalidade da metade ocidental dos distritos de Beja e Faro.

Pedro Cardia

Referências bibliográficas

Canário F (2008) Cyanopica cyanus, charneco, pega-azul. In: Atlas das Aves Nidificantes em Portugal (1999-2005). Equipa Atlas (eds) Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Parque Regional da Madeira e Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. Assírio & Alvim, Lisboa.