Amandava amandava

Descrição

O bengali terá colonizado a região de Elvas durante a década de 1980 a partir da expansão de uma população introduzida em Espanha (Matias 2002). Entre essa década e a seguinte terá sido também introduzido noutros pontos do território nacional, pelo menos nas zonas de Esmoriz e do estuário do Tejo (ribeira das Enguias). Atualmente distribui-se de forma dispersa pela região centro-sul do território, nomeadamente na envolvência ao estuário do Tejo, bacia do Sado e pelas regiões de Idanha-a-Nova, Elvas e Évora. Os principais habitats de ocorrência são zonas húmidas, como caniçais, canaviais, zonas de tabúas, ribeiras com escassa vegetação arbórea e terrenos agrícolas, como campos de milho e arrozais.

A espécie aparenta não ser muito abundante, o que conjugado com o seu comportamento discreto e a tardia época de nidificação (os machos apresentam uma plumagem conspícua principalmente entre julho e dezembro) pode ter contribuído para a baixa detetabilidade durante os trabalhos de campo do atlas. Os dados obtidos sugerem que a principal área de ocorrência seja a bacia do Sado. A abundância da espécie na região de Elvas deverá ser também importante no contexto nacional uma vez que se encontra em conexão com a maior população ibérica.

As principais diferenças face ao atlas anterior são o aparecimento de dois núcleos no interior (Idanha-a-Nova e Évora) e a diminuição da área ocupada na envolvência ao estuário do Tejo. Anteriormente foi confirmada a nidificação numa quadrícula na região das Caldas da Rainha, onde a espécie não foi agora detetada.

Pedro Pereira

Referências bibliográficas

Matias R (2002) Aves exóticas que nidificam em Portugal Continental. Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa.