Alopochen aegyptiaca

Descrição

O ganso-do-egito distribui-se de forma fragmentada no continente, principalmente pelas regiões do Porto, Lisboa, península de Setúbal, área envolvente ao paul do Boquilobo e Alentejo interior. Ocorre principalmente em habitats aquáticos de água doce, nomeadamente lagos em zonas urbanas, albufeiras, rios e ribeiras de curso lento, podendo alimentar-se nas suas margens ou em zonas agrícolas adjacentes. Mais raramente pode ocorrer em águas estuarinas. Instala os ninhos no solo, em árvores ou, mais raramente, em estruturas artificiais. Pode também utilizar ninhos construídos por outras espécies, por exemplo cegonha-branca.

As maiores abundâncias da espécie ocorrem no Alentejo, nomeadamente na região envolvente à albufeira de Alqueva. Na atual fase de expansão aparenta ser ainda relativamente escassa nas zonas húmidas de Aveiro e Coimbra, vales do Sorraia e Sado e na costa algarvia.

O ganso-do-egito não foi referido no atlas anterior possivelmente por ter sido considerado uma espécie ornamental de parques urbanos, locais onde à data era conhecida a sua presença nas regiões do Porto e de Lisboa. A sua utilização como ave ornamental terá sido o motivo de múltiplas introduções na Europa Central entre os séculos XIX e XX. É possível que a expansão a partir dessa região da Europa possa ter contribuído para a colonização dos ambientes não urbanos da Península Ibérica (Prieta Díaz 2022).

Pedro Pereira

Referências bibliográficas

Prieta Díaz J (2022) Ganso del Nilo Alopochen aegyptiaca. In: III Atlas de aves en época de reproducción en España. Molina B, Nebreda A, Muñoz AR, Seoane J, Real R, Bustamante J, del Moral JC (eds) SEO/BirdLife, Madrid. https://atlasaves.seo.org/ave/ganso-del-nilo/